sábado, 19 de junho de 2010

GUILLAIN_BARRÉ

A síndrome de Guillain-Barré ou polineurite ascendente aguda, é uma doença caracterizada por fraqueza muscular progressiva que pode levar à paralisia, causada provavelmente por uma reação auto-imune.


Sintomas
fraqueza, formigamento e perda da sensibilidade nos dois membros inferiores que em seguida afeta os membros superiores, os músculos respiratórios, os músculos do sintema gastrointestinal incluindo os músculos responsáveis pela deglutição e os da face. É comum a paralisia dos movimentos oculares, marcha difícil e desaparecimento dos reflexos normais.

Quando a doença é grave, a pressão arterial pode oscilar e paciente pode apresentar uma alteração do ritmo cardíaco ou outras disfunções do sistema nervoso autônomo.
Esta condição exige hospitalização imediata já que pode piorar rapidamente.

Fisiopatologia

* Ocorre inflamação aguda e desmielinização de fibras periféricas sensoriais e motoras.* Os aspectos patológicos, dependentes de lesões inflamatórias, caracterizam-se por congestão, edema e infiltração de células mononucleares.* A síndrome está associada a ataque auto-imune, no qual o sistema imune da própria pessoa gera anticorpos contra as células de Schwann. Nos casos mais graves a desmielinização segmentar é tão extrema que os axônios subjacentes também se degeneram.* A destruição das células de Schwann impede a condução de sinais elétricos ao longo das vias sensoriais e motoras do sistema nervoso periférico.

Apresentação Clínica

* As manifestações clínicas da SGB costumam se instalar de maneira incidiosa, traduzindo-se, em geral, por astenia, ligeira hipertermia, sintomas de infecção respiratória banal ou do tipo digestivo, dores articulares e/ou musculares.
* Seu progresso é proximal e simétrico, podendo comprometer todos os grupos de músculos, inclusive dos membros superiores, do tronco e da face.
* Quase 50% dos pacientes tem atrofia dos músculos faciais.
* O comprometimento dos nervos bulbares pode determinar disfagia, disartria e disfonia, além de desordens cardiorrespiratórias.
* A paralisia dos músculos respiratórios, ocasionando queda da capacidade vital, ocorre em 30% dos pacientes.
* 42-75% dos pacientes têm alguma alteração na sensibilidade: hipersensibilidade ao toque.
* A disfunção autônoma acontece em certos casos mais graves e pode levar a óbitos súbitos não esperados, normalmente devido a arritmias cardíacas.
* A dor é uma característica frequente que aparece muito cedo no distúrbio, sendo proeminentes em alguns casos: dor profunda em queimação.
* Sintomas adicionais que podem estar associados à SGB:
* Visão embaçada
* Tontura
* Constipação
* Incontinência Urinária
* Palpitações
* Sintomas que exigem emergência:
* Dificuldade de deglutição, babar em excesso
* Dificuldade respiratória
* Ausência temporária de respiração
* DesmaioEvolução
* Para ser classificada como SGB, o tempo transcorrido desde o início até a incapacidade máxima deve ser menor que 4 semanas.
* Primeira fase: instalação, 7-10 dias.
* Segunda fase: período de estado, 2-4 semanas.
* Terceira fase: resolução da sintomatologia, 2-3 semanas.

Prognóstico

* A síndrome é de ciclo autolimitado e a recuperação costuma ser completa na maior parte dos casos. No entanto, sequelas, como déficits motores e hipotrofias musculares, podem ocorrer em um número reduzido de casos.
* Cerca de 3% dos pacientes com a SGB morrem por insuficiência cardíaca ou respiratória.

Complicações

* Contraturas peri-articulares: causa importante de incapacidade residual.
* Insuficiência respiratória.
* Colapso vascular.

Diagnóstico

* O diagnóstico deve se basear nos dados clínicos e no exame do líquido cefalorraquidiano (LCR).
* O LCR é o exame fundamental para o diagnóstico devido ao achado patognômico de dissociação proteíno-citológica, sendo que a hiperproteinorraquia perdura durante meses.

Diagnóstico diferencial

* Deve ser considerado principalmente com a poliomielite aguda (nas crianças e nos jovens) e com as manifestações nervosas da porfiria aguda intermitente.

Exames Complementares

* O exame neuromuscular evidencia disfunção motora e pode também evidenciar a disfunção de funções involuntárias do corpo.
* A VCN (velocidade de condução nervosa) indica desmielinização.
* A EMG evidencia falta de estimulação nervosa.
* O ECG pode, em alguns casos, evidenciar anormalidades.

Tratamento

* A abordagem multiprofissional de resolução dos problemas é recomendada no tratamento da incapacidade, de modo a maximizar a função.
* Compreende medidas fisioterapêuticas, cuidados respiratórios (desde que necessários) em unidades especializadas.

* Tratamento clínico:
plasmaférese e a imunoglobulina.

Tratamento Fisioterapêutico

* Os aspectos importantes da conduta fisioterapêutica são:
-prevenção de contraturas, controle da dor e cuidados respiratórios.
* A fisioterapia é, em geral, direcionada para o alongamento e para o alcance dos movimentos durante a fase aguda da doença.
* Na fase de reabilitação, a fisioterapia é direcionada para o fortalecimento e funcionalidade dos movimentos.
* Quando recomeçam a aparecer os movimentos voluntários, os exercícios devem ser leves, para prevenir as lesões por sobrecarga dos músculos parcialmente desnervados.
* Em alguns casos, o paciente pode ser ventilado e o papel do fisioterapeuta é ajudar a prevenir a atelectasia quando a respiração está comprometida. É essencial monitorar os pacientes vulneráveis.
* Facilitação neuromuscular propioceptiva.
* Movimentos grandes, na média da amplitude têm propriedades de mitigação da dor.

Conclusão

* Por muito tempo acreditou-se que a SGB fosse puramente desmielinizante. Atualmente, são reconhecidas também formas axonais desta enfermidade.
* Por ser de etiologia desconhecida, não há nenhuma maneira conhecida de prevenção.
* Sendo de evolução rápida e de grande incidência sobre a população, deve ser dada verdadeira importância a essa síndrome.
* A ampla gama e a natureza constantemente mutável dos problemas, salientam a necessidade de intervenção multiprofissional integrada e coordenada para o tratamento bem-sucedido da SGB.
* Para o fisioterapeuta, os pacientes com SGB constituem um desafio, para o qual a melhor conduta é a abordagem de resolução de problemas

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